O que é a negação do Holocausto? 

Interior de uma câmara de gás no campo de Majdanek.

O Holocausto é um dos eventos mais bem documentados da história. A “negação do Holocausto” descreve tentativas de negar os fatos estabelecidos do genocídio nazista do judaísmo europeu. São afirmações de negação comuns as de que o assassinato de seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial nunca ocorreu; que os nazistas não tinham nenhuma política oficial ou intenção de exterminar os judeus; e que as câmaras de gás venenoso no centro de extermínio de Auschwitz-Birkenau nunca existiram.

Uma tendência mais recente é a distorção dos fatos do Holocausto. Distorções comuns incluem afirmações de que a contagem de seis milhões de mortes de judeus é um exagero; que as mortes nos campos de concentração foram o resultado de doenças ou de inanição, mas não de uma política de extermínio; e de que o diário de Anne Frank é uma falsificação.

A negação do Holocausto é geralmente motivada por ódio aos judeus, com base na acusação de que o Holocausto foi inventado ou exagerado por judeus como parte de um complô para promover seus interesses. Essa visão perpetua estereótipos antissemitas de longa duração, acusando judeus de conspiração e dominação mundial – acusações lamentáveis que foram convenientes em preparar o terreno para o Holocausto.

A distorção do Holocausto pode estar associada ao antissemitismo, mas também existem formas que podem resultar da falta de respeito ou consciência do assunto. Independentemente da motivação, todas as formas de distorção do Holocausto abrem a porta para formas mais perigosas de negação e antissemitismo porque lançam dúvidas sobre a realidade do Holocausto.

A Constituição dos Estados Unidos assegura a liberdade de expressão. Portanto, nos Estados Unidos, negar o Holocausto ou usar discurso de ódio antissemita não é ilegal, exceto quando existe uma ameaça iminente de violência. Muitos outros países, sobretudo na Europa, onde ocorreu o Holocausto, possuem leis criminalizando sua negação e os discursos de ódio.

Principais eventos

Essa linha do tempo lista alguns dos principais eventos na evolução da negação do Holocausto.

1942–44
Para ocultar as evidências da aniquilação dos judeus na Europa, os alemães e seus colaboradores destroem provas de covas coletivas dos centros de extermínio de Belzec, Sobibor e Treblinka, bem como de milhares de locais de operações de fuzilamento em massa nos territórios ocupados da Polônia e União Soviética, e também na Sérvia (inclusive Babi Yar), em uma operação denominada Aktion 1005.

1943
Em um discurso para generais da SS em Poznan, Heinrich Himmler, líder do Reich (Reichsführer) da SS (Schutzstaffel; esquadrões de proteção), destaca que o assassinato em massa dos judeus europeus será mantido em segredo e nunca deverá ser registrado.

1955
Willis Carto funda um influente grupo de extrema-direita com sede em Washington, DC, o qual eventualmente fica conhecido como Liberty Lobby (Lobby da Liberdade). Conduzido por Carto até a falência em 2001, o Liberty Lobby advoga um Estados Unidos “racialmente puro” e culpa os judeus por problemas enfrentados pelos EUA e pelo mundo. O Liberty Lobby começa a publicar textos sobre a negação do Holocausto em 1969.

1959
A publicação antissemita do pastor americano Gerald L. K. Smith, Cross and the Flag (A cruz e a bandeira), alega que seis milhões de judeus não foram mortos no Holocausto, mas emigraram para os Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial.

1964
Paul Rassinier, um comunista francês que fora internado pelos nazistas, publica The Drama of European Jewry (O Drama dos judeus europeus), no qual alega que as câmaras de gás foram uma invenção de um “regime sionista”.

1966–67
Harry Elmer Barnes, um historiador americano, publica artigos no periódico libertário Rampart Journal afirmando que os Aliados exageraram a extensão das atrocidades dos nazistas para justificar uma guerra de agressão contra as forças do Eixo.

1969
A editora Noontide Press, uma subsidiária do Liberty Lobby, publica um livro chamado The Myth of the Six Million (O mito dos seis milhões).

1973
Austin J. App, professor de literatura inglesa da Universidade LaSalle, na Filadélfia, publica um panfleto: The Six Million Swindle: Blackmailing the German People for Hard Marks with Fabricated Corpses (O logro dos seis milhões: chantagem do povo alemão por marcas físicas em cadáveres fabricados). O panfleto vira a base de futuras alegações dos que negam o Holocausto.

1976
Arthur R. Butz, professor de engenharia da Universidade de Northwestern, publica The Hoax of the Twentieth Century: The Case Against the Presumed Extermination of European Jewry (O embuste do século XX: a justificativa contra o suposto extermínio de judeus europeus). Butz foi o primeiro negador do Holocausto a usar o pretexto do rigor acadêmico para disfarçar suas falsidades. A Northwestern responde declarando que as afirmações de Butz são um “constrangimento” para a universidade.

1977
Ernst Zündel, um cidadão alemão com residência no Canadá, cria a editora Samisdat Publishers e publica literatura neonazista que inclui a negação do Holocausto. Em 1985, o governo canadense processou Zündel por distribuir informações que ele sabia serem falsas.

1977
David Irving publica Hitler's War (A guerra de Hitler), argumentando que Hitler não ordenou nem tolerou a política nazista do genocídio dos judeus europeus. Irving distorce evidências históricas e métodos acadêmicos para conferir legitimidade à sua tese.

1978
William David McCalden (também conhecido como Lewis Brandon) e Willis Carto fundam o Instituto de Revisão Histórica (IHR, Institute for Historical Review) na Califórnia, que publica materiais e patrocina conferências negando o Holocausto. O IHR mascara suas mensagens racistas e de ódio sob o disfarce de investigação acadêmica válida.

1980
O IHR promete uma recompensa de US$ 50.000 para quem puder provar que judeus foram mortos com gás em Auschwitz. O sobrevivente Mel Mermelstein apresenta uma declaração juramentada de sua internação em Auschwitz e abre uma ação contra o IHR quando o instituto se recusa a pagar. Em outubro de 1981, o juiz da Corte Superior Thomas T. Johnson usa "notificação judicial", que permite que os tribunais reconheçam como fatos os assuntos de conhecimento comum, para emitir uma decisão de que o Holocausto foi um fato e que os judeus foram mortos com gás em Auschwitz.

1981
Um tribunal francês condena Robert Faurisson, um professor de literatura, por incitar ódio e discriminação ao chamar o Holocausto de “mentira histórica”.

1984
Em um caso histórico, um tribunal canadense condena o professor de escola pública James Keegstra por “promover deliberadamente o ódio contra um grupo identificável” ao advogar a negação do Holocausto e outros pontos de vista antissemitas a seus alunos de ciências sociais.

1985
O código penal da então Alemanha Ocidental é atualizado para incluir disposições que proíbem o incitamento ao ódio, inclusive por meio de formas associadas à negação do Holocausto. O governo alemão atualiza e reforça esta lei novamente em 1992, 1994, 2002, 2005 e 2015.

1986
Em 8 de julho, o parlamento israelense aprova uma lei criminalizando a negação do Holocausto.

1987
Bradley Smith, na Califórnia, funda o Comitê para o Debate Aberto sobre o Holocausto. No início da década de 1990, a organização de Smith publica anúncios de página inteira ou editoriais em mais de uma dúzia de jornais estudantis dos EUA, com a manchete “A história do Holocausto: o quanto é falso? Justificativa para um debate aberto”. A campanha de Smith ajuda a borrar a linha entre promoção do ódio e liberdade de expressão.

1987
Jean Marie Le Pen, líder do partido francês de extrema-direita Frente Nacional, sugere que as câmaras de gás eram apenas um “detalhe” da Segunda Guerra Mundial. Le Pen se candidata a presidente da França em 1988 e fica em quarto lugar.

1987
Ahmed Rami, um escritor marroquino-sueco, começa a transmitir na Rádio Islã, com sede na Suécia. A estação descreve o Holocausto como uma alegação sionista/judaica. Mais tarde, a Rádio Islã publica Os protocolos dos sábios de Sião, Minha luta e outros textos antissemitas em seu site.

1988
A pedido de Ernst Zündel, Fred Leuchter (um autoproclamado especialista em métodos de execução) viaja ao local do centro de extermínio de Auschwitz. Mais tarde, ele lança Leuchter Report: An Engineering Report on the Alleged Execution Gas Chambers at Auschwitz, Birkenau and Majdanek, Poland (Relatório Leuchter: um relatório de engenharia sobre as supostas câmaras de gás em Auschwitz, Birkenau e Majdanek, Polônia) que, segundo os negadores do Holocausto, lança dúvida sobre o uso de câmaras de gás para assassinatos em massa.

1989
David Duke, um partidário da supremacia branca, conquista uma vaga na Assembleia Legislativa do Estado de Louisiana. Duke comercializa textos sobre a negação do Holocausto em seu escritório legislativo.

1990
O governo francês aprova a Lei Gayssot, segundo a qual questionar a escala ou existência de crimes contra a humanidade (conforme definido na Carta de Londres de 1945) é um delito criminal. Essa lei serve de estímulo para muitos outros países europeus que adotaram leis semelhantes na década de 1990 e no início dos anos 2000.

1990
No decorrer do processo criminal contra Fred Leuchter, movido pelo Estado de Massachusetts, descobre-se que ele nunca chegou a se graduar em engenharia. Leuchter admite não possuir formação em biologia, toxicologia ou química, disciplinas fundamentais às alegações feitas no Relatório Leuchter de 1988, normalmente citado para sustentar alegações dos negadores do Holocausto.

1990
Um tribunal sueco condena Ahmed Rami a seis meses de prisão por “discurso de ódio” e revoga a licença de transmissão da Rádio Islã por um ano.

1991
A Associação Histórica Americana, mais antiga organização profissional de historiadores, emite uma declaração: “Nenhum historiador sério questiona a ocorrência do Holocausto”.

1992
O governo da Áustria altera sua Lei de Proibição de 1947 para criminalizar a negação e banalização do Holocausto.

1998
O governo da Polônia adota “A Lei sobre o Instituto da Memória Nacional – Comissão para o Processo de Crimes contra a Nação Polonesa”. Esta é uma legislação significativa que exige a coleta de dados sobre crimes cometidos na Polônia durante a ocupação nazista e os anos de governo comunista. Ela também estabelece disposições que procuram corrigir formas de negação e distorção da história do Holocausto.

1999
Um tribunal regional em Opole, Polônia, determina que um professor local, Dariusz Ratajczak, é culpado de publicar por conta própria literatura sobre negação do Holocausto.

2000
46 governos afirmam e concordam com o texto da Declaração do Fórum Internacional de Estocolmo sobre o Holocausto. Também conhecida como a “Declaração de Estocolmo”, é um compromisso de garantir a permanência da pesquisa, educação e lembrança do Holocausto e “defender a terrível verdade do Holocausto contra aqueles que o negam”.

2000
Um tribunal britânico declara David Irving um “negador ativo do Holocausto”. Irving havia processado Deborah Lipstadt, historiadora da Universidade de Emory, por calúnia e difamação após a publicação de seu livro de 1993, Denying the Holocaust The Growing Assault on Truth and Memory (Negação do Holocausto: a agressão crescente à verdade e à memória).

2002
O Centro de Coordenação e Acompanhamento Zayed, think tank da Liga dos Estados Árabes com sede nos Emirados Árabes Unidos (EAU), organiza um simpósio sobre "Semitismo". No simpósio, o Holocausto é chamado de "falsa fábula". O governo dos Emirados Árabes Unidos fecha o Centro Zayed em agosto de 2003, após pressão externa sobre as publicações e palestras antiamericanas e antissemitas do Centro.

2002
A Romênia aprova uma Portaria de Emergência que criminaliza a negação do Holocausto em resposta a um movimento crescente para reabilitar publicamente o General Ion Antonescu, um ditador pró-fascista que supervisionou a morte de 280.000 judeus e 11.000 roma (ciganos) durante a Segunda Guerra Mundial.

2002
De acordo com os termos dos regulamentos de discurso de ódio, os tribunais suecos sentenciam o neonazista Fredrik Sandberg a seis meses de prisão por republicar o panfleto da era do Terceiro Reich, The Jewish Question (A Questão Judaica).

2003
No caso Garaudy v. France, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos decide que Roger Garaudy se envolveu em formas de negação do Holocausto que não são protegidas pela Convenção Europeia dos Direitos Humanos.

2003
Wolfgang Frölich é preso em Viena e condenado a três anos de prisão após sua publicação em 2001 de um livro intitulado Die Gaskammaer Luege (A mentira da câmara de gás). Ele é solto após um ano. Nos anos seguintes, Frölich é preso novamente ou tem suas sentenças estendidas várias vezes por contínuos casos de negação do Holocausto, incluindo em 2015 por ter escrito ao chanceler austríaco alegando que o Holocausto não poderia ter ocorrido.

2003
O governo romeno estabelece uma comissão internacional sobre o Holocausto na Romênia, chefiada por Elie Wiesel. Ela é composta por 30 historiadores romenos e estrangeiros. O objetivo da comissão é examinar a história do Holocausto na Romênia para identificar os fatos ocorridos e divulgar os resultados da pesquisa no país e no exterior. A organização da comissão segue declarações públicas feitas no início de 2003 pelo então presidente Ion Iliescu, que minimizou o Holocausto na Romênia, e pelo ex-ministro da Informação, Vasile Dincu, que negou o Holocausto na Romênia.

2005
O governo austríaco prende David Irving por negar o Holocausto. Ele foi condenado a três anos de prisão em 2006, mas foi solto em dezembro, sob condição de deixar a Áustria.

2005
O governo do Canadá deporta Ernst Zündel para a Alemanha para ser julgado por negação do Holocausto. Os tribunais alemães condenam Zündel por 14 acusações relacionadas à negação do Holocausto em 2007, pelas quais ele recebe uma sentença de prisão de cinco anos.

2005
Em um discurso transmitido ao vivo pela televisão em 14 de dezembro, o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad chama o Holocausto de “mito”.

2005
A revista japonesa Marco Polo apresenta um artigo escrito pelo autor freelance Masanori Nishioka intitulado "Não Havia Câmaras de Gás Nazistas". No artigo, Nishioka afirma que o Holocausto nunca aconteceu e que as câmaras de gás em Auschwitz foram criadas pelo governo comunista polonês após a guerra.

2006
O governo do Irã patrocina um encontro de negadores do Holocausto em Teerã, sob o pretexto de uma conferência acadêmica chamada “Revisão do Holocausto: Visão Global”. No mesmo ano, Farid Mortazavi, editor gráfico do jornal iraniano Hamshahri, anuncia um concurso de cartuns do Holocausto com prêmios em ouro e em dinheiro para os vencedores. Existem cerca de 1.200 envios de mais de 60 países, incluindo cartuns negando ou minimizando o Holocausto. No final do ano, o Saba Art and Cultural Institute em Teerã abre uma exposição, patrocinada pelo presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, de uma seleção de 200 cartuns do concurso.

2007
Em 26 de janeiro, as Nações Unidas adotam uma resolução condenando a negação do Holocausto. A Assembleia Geral declara que a negação é “equivalente à aprovação do genocídio em todas as suas formas”.

2008
A União Europeia adota uma Decisão-Quadro sobre o combate ao racismo e à xenofobia (2008/913/JHA), que inclui um apelo aos Estados-Membros da UE para que garantam que a negação do Holocausto seja punível por lei.

2009
O bispo católico romano Richard Williamson, nascido na Inglaterra, nega a existência das câmaras de gás e minimiza a extensão do extermínio durante o Holocausto. O Vaticano ordena a Williamson que se retrate de suas declarações. Quando ele não o faz, o Vaticano excomunga Williamson da Igreja.

2009
David Duke, o ex-líder da Ku Klux Klan, é preso pelas autoridades tchecas por negar o Holocausto e incitar ao ódio. Ele foi convidado a falar na Charles University pelo grupo Národní odpor (Resistência Nacional). O governo tcheco ordena que Duke deixe o país no dia seguinte. Posteriormente, o Ministério Público Estadual de Praga indeferiu as acusações por falta de provas.

2010
Bradley Smith publica seu primeiro anúncio online sobre a negação do Holocausto, que aparece no site Badger Herald, da Universidade de Wisconsin, em fevereiro. A Internet – devido à facilidade de acesso e disseminação, anonimato e autoridade aparentes – agora é o principal canal da negação do Holocausto.

2010
O tribunal de apelações holandês multou a Liga Árabe Europeia (AEL) em 2.500 euros por publicar um cartum em seu site em 2006 que sugeria que o Holocausto foi inventado ou exagerado por judeus. De acordo com a AEL, a organização publicou o cartum para destacar dois pesos e duas medidas na liberdade de expressão depois que um jornal dinamarquês publicou um cartum do profeta Maomé. O tribunal também impõe um período de liberdade condicional de 2 anos à AEL.

2010
A Lituânia atualiza seu código penal para incluir uma lei contra a negação e trivialização grosseira de crimes nazistas e crimes perpetrados pelos soviéticos na Lituânia.

2010
Sob sua lei recentemente aprovada sobre a negação do Holocausto, as autoridades lituanas investigam a revista lituana Veidas por publicar um artigo que chamou os julgamentos de Nuremberg de "a maior farsa jurídica da história". A investigação foi encerrada no início de 2011, depois que investigadores locais declararam que o autor não tinha a intenção de negar o Holocausto.

2011
O vice-presidente do Partido Wafd do Egito disse ao Washington Times em uma entrevista que os ataques terroristas de 11 de setembro, o Holocausto e o diário de Anne Frank são invenções históricas. “O Holocausto é uma mentira,” diz Ahmed Ezz El-Arab. Ele continua, “os judeus sob ocupação alemã eram 2,4 milhões. Então, se eles foram todos exterminados, de onde vêm os 3,6 milhões restantes?”

2012
Nikolaos Michaloliakos, o chefe do partido de extrema-direita Golden Dawn da Grécia, nega a existência de câmaras de gás em campos de concentração nazistas durante o Holocausto. “Não havia fornos, nem câmaras de gás, é uma mentira”, afirma ele durante uma entrevista ao ar na televisão.

2012
O clérigo saudita Salman al-Odeh diz à Rotana Khalijia TV que “O Holocausto tem uma base histórica. Muitas histórias sobre isso são documentadas e bem fundamentadas. O problema reside, em primeiro lugar, no exagero do Holocausto. Ele tornou-se um mito de proporções tremendas... Por milhares de anos, os judeus foram sujeitos a perseguição, deportação, assassinatos e acusações. Talvez muito disso resulte de seus valores morais, sua natureza traiçoeira, seus esquemas e tramoias, que fizeram outras nações desconfiarem deles.”

2012
Corneliu Vadim Tudor, um membro romeno do Parlamento Europeu e líder do partido nacionalista da Grande Romênia, nega o Holocausto no talk show “Romania a la Raport”. Tudor declara: “Na Romênia nunca houve um Holocausto... Vou negá-lo até morrer porque amo meu povo.”

2013
No Dia em Memória do Holocausto, Fathi Shihab-Eddim, assessor do presidente egípcio Mohammed Morsi, afirma que os 6 milhões de judeus mortos pelos nazistas na verdade se mudaram para os Estados Unidos. "Agências de inteligência dos EUA, em cooperação com suas contrapartes nas nações aliadas durante a Segunda Guerra Mundial, criaram-no [the Holocaust] para destruir a imagem de seus oponentes na Alemanha e para justificar a guerra e a destruição em massa contra instalações militares e civis das potências do Eixo e, especialmente, para atingir Hiroshima e Nagasaki com a bomba atômica”, afirma Shihab-Eddim.

2013
Gyorgy Nagy se torna o primeiro húngaro a ser condenado por negar o Holocausto. Nagy carregava um cartaz durante uma manifestação de 2011 em Budapeste que dizia “o Holocausto nunca aconteceu” em hebraico. O Tribunal o condena a 18 meses de prisão e liberdade condicional. Parte de sua sentença também é visitar o museu memorial do Holocausto em Budapeste, Auschwitz, ou Yad Vashem.

2013
Os então 31 países da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto aprovam uma “Definição Operacional de Negação e Distorção do Holocausto”, que descreve algumas das maneiras pelas quais a negação e a distorção aparecem. Desde 2013, vários países adotaram a definição em nível nacional para orientar sua abordagem desse problema.

2014
Udo Voigt, o ex-líder do Partido Nacional Democrático (NDP) da Alemanha, é nomeado para o Comitê de Liberdades Civis, Justiça e Assuntos Internos do Parlamento Europeu. Enquanto líder do NDP, que defende os pontos de vista neonazistas, Voigt elogiou Adolf Hitler e afirmou que muito menos de seis milhões de judeus foram assassinados no Holocausto. Ele foi condenado por “incitamento ao povo”.

2014
Em seu discurso oficial no Nowruz de 2014, o aiatolá iraniano Ali Khamenei comentou: “O Holocausto é um evento cuja realidade é incerta e se aconteceu, é incerto como aconteceu.”

2014
A Federação Russa atualiza seu código penal para incluir disposições que criminalizam algumas formas de negação do Holocausto e a disseminação de “dados falsos sobre as atividades da URSS durante a Segunda Guerra Mundial”.

2015
Duas organizações culturais iranianas patrocinadas pelo governo, Owj Media & Art Institute e o Sarcheshmeh Cultural Complex, anunciam um segundo concurso de cartuns do Holocausto, esperando receber inscrições de cartunistas de dezenas de países.

2015
Um tribunal alemão considera Ursula Haverbeck culpada de sedição depois que ela escreveu uma carta ao prefeito de Detmold, declarando que era "claramente reconhecível" que Auschwitz não era nada mais do que um campo de trabalho forçado. Ela enviou sua mensagem quando o tribunal de Detmold estava julgando Reinhold Hanning, um ex-guarda do campo de Auschwitz. Em 2014, ela foi julgada por dizer que o Holocausto foi "a maior e mais duradoura mentira da história".

2015
A Romênia complementa sua lei existente contra a negação do Holocausto para incluir formas de distorção e negação que envolvem o legado e as imagens associadas à Guarda de Ferro Romena.

2015
O governo da Hungria fornece financiamento para construir uma estátua em homenagem a Balint Homan, um oficial do governo húngaro que patrocinou políticas antissemitas e defendeu pontos de vista antissemitas durante os anos da guerra e do Holocausto. No final de 2015, altos funcionários húngaros declaram que o projeto não deve avançar devido ao legado histórico negativo de Homan.

2015
O governo da Ucrânia aprova várias chamadas leis de descomunização. Embora essas leis proíbam o uso de símbolos comunistas e nazistas, certas disposições também proíbem críticas a certos heróis nacionais da resistência antissoviética, incluindo algumas pessoas cujos registros históricos incluem colaboração com os nazistas e crimes contra judeus e poloneses étnicos durante os anos do Holocausto.

2016
No Dia Internacional em Memória do Holocausto, o Líder Supremo Aiatolá Ali Khamenei lança um vídeo intitulado “Holocausto: A Idade das Trevas acabou?" em seu site, que inclui seus comentários de 2014 questionando o massacre em massa de seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

2016
Uma exposição exibindo 150 cartuns do Holocausto da 11ª Bienal Internacional de Cartum de Teerã é inaugurada em Teerã na seção de arte da Organização de Propaganda Islâmica. Duas semanas depois, uma cerimônia de premiação é realizada para os vencedores do concurso de cartuns do Holocausto. Majid Mollanoroozi, diretor do Museu de Arte Contemporânea de Teerã e chefe da seção de Artes Gráficas do Ministério da Cultura e Orientação Islâmica, participa da cerimônia de premiação. Os prêmios totalizam US$ 50.000.

2016
O gabinete polonês aprova um projeto de lei que impõe penas de prisão a qualquer pessoa condenada por se referir aos campos de extermínio operados pela Alemanha nazista na Polônia ocupada como "poloneses". Alegar que os poloneses colaboraram com os nazistas no extermínio dos judeus também seria considerado uma ofensa criminal.

2016
A Aliança Internacional para a Memória do Holocausto aprova sua "Definição de Antissemitismo Não Juridicamente Vinculativa". Esta definição inclui uma linguagem que indica como a negação do Holocausto é uma forma de antissemitismo. Desde 2016, mais de 20 países adotaram a definição para uso em nível nacional.

2018
Em janeiro, o governo da Polônia altera sua Lei sobre o Instituto de Memória Nacional para incluir alegações que “ao contrário dos fatos” atribuem à “nação polonesa ou ao Estado polonês a responsabilidade ou corresponsabilidade” por crimes nazistas. A emenda original torna esses atos criminosos, mas em junho o governo modifica a lei tornando essas alegações ofensas civis.

2018
O prefeito de Roma ordena que as ruas da cidade não tenham mais nomes de fascistas italianos ou de cidadãos italianos que eram fascistas conhecidos.

2020
O governo alemão aloca fundos especiais para a criação de uma Força-Tarefa Global contra a Negação e Distorção do Holocausto.