Política Externa Alemã - 1933-1945
Política Externa Alemã -1933-1945
Após a ascensão dos nazistas ao poder, o governo de Adolf Hitler adotou uma política exterior que visava à incorporação ao Reich (Império) dos territórios onde viviam grupos étnicos de etnia alemã (Volkdeutsche) que viviam fora das fronteiras da Alemanha; a dominação da parte oeste da Europa; bem como a conquista territorial (Lebensraum) do leste europeu (que era considerado como "espaço vital" para o crescimento nazista). Hitler calculou que para obter a hegemonia alemã sobre a Europa teria que haver guerra, especialmente no leste europeu. Os eslavos, vistos pelos nazistas como seres "racialmente inferiores", seriam escravizados, exterminados ou expulsos para além dos Montes Urais. Com a conquista do Lebensraum e a expulsão/destruição dos eslavos, Hitler imaginava que a marcha para o leste” destruiria o Bolchevismo (comunismo).
De 1933 a1938, Konstantin von Neurath, um diplomata de carreira políticamente conservador, foi o ministro das relações exteriors da Alemanha. Durante seu mandato, aquele país manteve uma política revisionista que visava à superação de restrições impostas à Alemanha pelo Tratado de Versalhes, e também a de sobrepujar-se às iniciativas diplomáticas da Grã-Bretanha e da França. A Alemanha abandonou a Liga das Nações [atual ONU]; iniciou um rápido processo de rearmamento; assinou um pacto de não-agressão com a Polônia; readquiriu o território de Saar [que era parte da Prússia e da Bavária] através de um plebiscito; ajudou militarmente os seguidores de Francisco Franco na Guerra Civil Espanhola; e remilitarizou a Renânia.
De 1938 a 1945, Joachim von Ribbentrop, membro do Partido Nazista e ex-embaixador na Grã-Bretanha, foi o ministro das relações exteriores. Durante esse período, a Alemanha fortaleceu seus laços com o fascismo italiano e com o Japão, assinando um Pacto Anti-Comintern para o combate ao comunismo; o Pacto de Aço (com a Itália); e o Pacto das Três Potências, assinado durante a Guerra (com a Itália e o Japão).
Em 1938, a Alemanha abocanhou novos territórios utilizando-se de ameaças militares. Em fevereiro, Hitler pressionou o chanceler austríaco Kurt Schuschnigg a assinar o acordo austro-alemão (Berchtesgaden Diktat</>), o qual colocou nazistas em altas posições no governo austríaco. No mês seguinte, a Alemanha realizou a Anschluss, i.e. a anexação da Áustria. Hitler começou, então, a exigir uma solução para a “Crise dos Sudetos”, um conflito por uma região da Tchecoslováquia povoada predominantemente por uma população de idioma alemão. Em 30 de setembro de 1938, o primeiro-ministro britânico Neville Chamberlain (defensor do apaziguamento frente aos alemães), o premiê francês Edouard Daladier, o primeiro-ministro italiano Benito Mussolini e Hitler assinaram o Acordo de Munique, que cedia os Sudetos à Alemanha à revelia da Tchecoslováquia. Em março de 1939, a Alemanha ocupou e desmembrou o que havia sobrado do território da Tchecoslováquia.
Em agosto de 1939, Ribbentrop assinou o Pacto de Não- Agressão Germano-Soviético. O Pacto foi apenas um desvio temporário nos rumos da política exterior alemã, normalmente anti-comunista, mas o acordo deu a Hitler a liberdade para atacar a Polônia em 1º de setembro de 1939, sem receio de intervenção soviética. No dia 3 de setembro de 1939, a Grã-Bretanha e a França, países aliados à Polônia, declararam guerra à Alemanha. A agressividade da política exterior nazista teve como consequência a deflagração da Segunda Guerra Mundial.