Walter nasceu em Kassel, na região centro-norte da Alemanha, mas foi criado na Renânia. Quando jovem, Walter sempre questionava o que lhe ensinavam sobre a superioridade alemã e sobre o anti-semitismo. Seu pai, que era anti-nazista, recusou-se a autorizar que Walter frequentasse uma das Escolas Adolf Hitler, mas permitiu que ele se unisse à Juventude Hitlerista. No entanto, sua personalidade rebelde o levou a esconder um amigo judeu no porão de sua casa. Ele também criou um grupo que passava trotes em jovens nazistas, e ajudava os franceses prisioneiros de guerra. Eles se auto-entitulavam Edelweiss Pirates [Edelweiss é uma flor alpina] (como também faziam outros grupos jovens de oposição na Alemanha). Em 1943, ele foi apanhado pegando sapatos de uma loja que havia sido bombardeada e, então, foi levado e aprisionado. Eventualmente, ele foi levado para o campo de concentracão de Ravensbrueck, onde trabalhava em regime de escravidão em uma pedreira. Em 1945, ele contraiu tuberculose e decidiu escapar antes que fosse assassinado [por não poder trabalhar]. Sob a cobertura de uma forte neblina, ele chegou até uma fazenda. O fazendeiro deu a ele o uniforme do seu filho no exército, e o ajudou a pegar um trem de volta para Dusseldorf. Walter conseguiu se recuperar após haver sido hospitalizado, e posteriormente mudou-se para os EUA.
No dia 12 de abril de 1943 fui levado à corte. No julgamento, o promotor estadual – acho que denominam assim lá, promotor estadual – pediu a pena de morte para mim. Meu pai – aquela foi a primeira vez em que vi meu pai e minha mãe – hum, minha mãe não conseguia, não conseguia se controlar e chorava. Meu pai não sabia bem o que fazer. Eles tinham dois advogados. Quando foi recomendada a pena de morte, eles pularam e me seguraram pelos braços dizendo “Esta não é a palavra final!”. Então o juiz, o procurador do estado e uma outra pessoa, algum funcionário, iniciaram uma discussão sobre se o crime era saque ou roubo. A idéia era a de que cada um daqueles delitos deveria ter diferentes consequências. Então eles se retiraram e quando ele retornou, o juiz, decidiu, ou já havia decidido, que era – bem, antes de eles terem a discussão, o procurador havia dito “Eu diria que é roubo, mas este homem, tendo contato íntimo com nosso inimigo, e sendo o líder dos Edelweisspiraten [Edelweiss Pirates], tendo destruído bens do Estado, propriedades do Estado, não deve receber qualquer tipo de consideração”. Bem, quando o juiz retornou ao tribunal, disse que, baseado em meu entendimento, envolvimento em atletismo, e considerando minha idade e as circunstâncias, ele me condenava de um a quatro anos na prisão”.
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