Benjamin e seu irmão mais novo, Zigmush, eram filhos de um casal judeu que vivia na cidade industrial de Lodz. Lodz era a segunda maior cidade da Polônia antes da Guerra, e um terço de seus habitantes eram judeus. O pai de Benjamin, Moshe, era dono de uma fábrica de velas e sua mãe, Brona, era enfermeira.
1933-39: Em 1939, assim que comecei a cursar a terceira série, os alemães ocuparam Lodz. Os judeus foram proibidos de andar de ônibus e tinham que usar uma estrela amarela nas roupas. Como os alemães costumavam sequestrar judeus nas ruas para levá-los como escravos, meu pai não saia de casa. Tornei-me o "mensageiro" de nossa família e andava para cima e para baixo com o filho da nossa empregada. Antes da Guerra ele e eu vivíamos em mundos diferentes, mas estávamos juntos todos os dias.
1940-44: Quando o Gueto de Lodz foi criado [e todos os judeus forçados a morar lá], em abril de 1940, dei um jeito de levar tudo que podia de nossa antiga casa para nossa nova habitação no gueto. Em 1944, quando eu tinha 14 anos, minha família foi agrupada e colocada em vagões de gado, em uma das últimas deportações daquele gueto. Como fui um dos primeiros a entrar no vagão, consegui ler uma mensagem escrita com sangue na parede: "Chegamos a Auschwitz e aqui eles acabam com a gente!" A mensagem não aparecia quando o vagão ficava cheio, mas eu não tinha mais dúvidas sobre o nosso destino.
Benjamin foi deportado para Auschwitz e, mais tarde, para um campo de trabalho escravo em Hanover, Alemanha. Após a Guerra, com apenas 16 anos, ele emigrou para a área do Mandato Britânico, denominada Palestina pelos antigos romanos, com um grupo de órfãos.
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