Os pais de Liane eram judeus poloneses que se casaram em Viena, onde moraram em uma casa com 14 cômodos, em um bairro de classe média próximo ao rio Danúbio. O pai de Liane era dentista e seu consultório ficava dentro de sua residência.
1933-39: Depois que a Alemanha anexou a Áustria em 1938, meu pai foi encontrado morto, ele provavelmente havia cometido suicídio. Em maio de 1939, quatro meses antes do início da Guerra, minha mãe fez reservas de viagem para ela, meu irmão e eu no navio St. Louis, o qual partia com destino a Cuba levando judeus que tentavam escapar do nazismo. Porém, no último momento, as autoridades cubanas não permitiram que o navio aportasse e ele retornou à Europa levando de volta seus passageiros. Assim como alguns outros refugiados do navio, nós desembarcamos na cidade francesa de Boulogne, e de lá fomos enviados para Loudun, no sul.
1940-44: Os alemães invadiram a França. Logo em seguida embarcamos em um trem para Limoges, que não havia sido dominada pelos nazistas. No início, ficamos em um estádio usado para apresentações circenses, onde dormíamos nas arquibancadas de pedra. Tínhamos pouquíssima comida. Durante o dia, minha alimentação era composta por um pouco de leite, lentilhas cozidas e pão velho. Às vezes, tínhamos batatas ou um ovo. No meu aniversário de seis anos, minha mãe me deu o melhor presente que eu já havia ganho: um pêssego e algumas frutas secas.
Em 1941, após alguns familiares os ajudaram a conseguir passagens para os Estados Unidos, através de Portugal, os Reifs se fixaram em Nova Iorque. Alguns anos depois, Liane obteve um doutorado em química.
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