O Holocausto foi o assassinato sistemático, cuidadosamente organizado, de seis milhões de judeus e de milhões de outras pessoas pelos nazistas e seus colaboradores durante a Segunda Guerra Mundial. Os atos de extermínios em massa foram iniciados em 1941, quando os alemães passaram a atirar em soviéticos judeus, tanto adultos quanto crianças, durante a invasão da União Soviética. No final de 1941, os alemães começaram a deportar judeus para os campos de extermínio localizados na Polônia por eles ocupada. Daquele período até maio de 1945, dois entre cada três judeus europeus foram assassinados.
Leia MaisEm janeiro de 1945, o Terceiro Reich [terceiro império alemão, como diziam os nazistas] estava na iminência de uma derrota militar conclusiva. À medida que as forças aliadas se aproximavam dos campos nazistas, as SS organizavam marchas da morte para os detentos dos campos de concentração, em parte para impedir que grandes números de prisioneiros daqueles campos fossem libertados pelos Aliados. As "marchas da morte", termo provavelmente criado pelos próprios prisioneiros, referiam-se às longas caminhadas forçadas que saiam dos campos de concentração, sob uma guarda tirânica e condições absolutamente degradantes. Durante as marchas da morte, os guardas das SS torturavam brutalmente os prisioneiros e assassinavam muitos deles. As maiores marchas da morte saíram de Auschwitz e Stutthof.
Leia MaisO sistema de campos nazistas expandiu-se rapidamente após o início da Segunda Guerra Mundial, em setembro de 1939, quando o trabalho escravo tornou-se importante para a produção de equipamentos bélicos. A falta de mão-de-obra na economia de guerra tornou-se crítica após a derrota da Alemanha na batalha de Stalingrado, de 1942 a 1943. Tais fatos levaram ao uso crescente de prisioneiros dos campos de concentração como trabalhadores escravos nas indústrias de armamentos alemãs. Nos anos de 1943 e 1944 em especial, centenas de sub-campos foram estabelecidos em instalações industriais ou em suas redondezas. Os sub-campos geralmente eram campos menores, administrados pelos campos principais, os quais forneciam o número necessário de prisioneiros para o trabalho. Campos como o de Auschwitz, na Polônia, o de Buchenwald, no centro da Alemanha, o de Gross-Rosen, na parte leste da Alemanha, o de Natzweiler-Struthof, no leste da França, o de Ravensbrueck, perto de Berlin, e o de Stutthof, perto de Danzig, na costa do Mar Báltico, tornaram-se centros administrativos de imensas redes de campos subsidiários de trabalho escravo.
Leia MaisEm janeiro de 1942, teve lugar em Berlim a Conferência de Wannsee. Nela, reuniram-se dirigentes das SS (a guarda de elite do estado nazista) e representantes dos ministérios do governo alemão para examinar seu projeto de Solução Final, ou seja, o plano nazista para exterminar os judeus da Europa. Naquela reunião, os participantes chegaram à conclusão de que, para alcançar seus objetivos, seria necessário eliminar 11 milhões de judeus europeus, incluindo os de países não ocupados pelo governo nazista, tais como a Irlanda, a Suécia, a Turquia [sic] e a Grã-Bretanha. Os judeus da Alemanha e dos países ocupados pelos nazistas foram deportados de trem para os campos de extermínio na Polônia ocupada, onde foram mortos. Os alemães tentaram encobrir suas suas intenções, referindo-se às deportações como "recolonização das terras do leste". Eles diziam às vítimas que elas estavam sendo levadas para campos de trabalho. Na realidade, de 1942 em diante, para a maioria dos judeus, a deportação significava ser levado para os centros de extermínio e para a morte.
Leia MaisOs campos de extermínio eram centros de assassinato em massa, projetados para a execução do genocídio [destruição total de um povo, no caso, os judeus] planejado pelos alemães. Entre 1941 e 1945, os nazistas estabeleceram seis destes campos no território polonês, o qual o qual estava sob completo domínio alemão: Chelmno, Belzec, Sobibor, Treblinka, Auschwitz-Birkenau (parte do complexo de Auschwitz) e Majdanek. Chelmno e Auschwitz foram estabelecidos em áreas anexadas à Alemanha em 1939, e os outros campos (Belzec, Sobibor, Treblinka e Majdanek) foram estabelecidos no Generalgouvernement, Governo Geral [nazista] da Polônia. Auschwitz e Majdanek eram campos de concentração e de trabalho escravo, além serem centros de extermínio. A maioria absoluta das vítimas dos campos de extermínio era composta por israelitas. A estimativa é de que 3.5 milhões de judeus foram assassinados nestes seis campos de extermínio como parte da "Solução Final" [genocídio]. Além dos judeus, outras vítimas foram os ciganos e prisioneiros de guerra soviéticos.
Leia MaisEm todas as áreas da Europa por eles ocupada, os alemães prendiam a quem resistisse a seu domínio e àqueles que consideravam racialmente inferiores ou politicamente inaceitáveis. Os presos por resistência ao domínio alemão eram geralmente enviados para os campos de trabalho escravo. Os nazistas deportaram judeus de toda a Europa sob seu domínio para os campos de extermínio na Polônia, onde eram sistematicamente assassinados, e também para campos de concentração, onde eram usados para trabalho escravo. Os campos de trânsito, como os de Westerbork, Gurs, Mechelen e Drancy no oeste da Europa, e campos de concentração como os de Bolzano e Fossoli di Carpi, na Itália, eram usados como centros de recolhimento de judeus, que em seguida eram deportados de trem para os campos de extermínio. Segundo relatórios das próprias SS, em janeiro de 1945 havia mais de 700.000 prisioneiros registrados nos campos de concentração.
Leia MaisDurante a Segunda Guerra Mundial, entre os anos de 1939 e 1942, os alemães estabeleceram guetos principalmente no leste europeu e, em 1944, na Hungria. Um bairro de uma determinada cidade, onde havia concentração judaica, era cercado e transformado em gueto. Neles, os alemães prenderam e forçaram a população israelita a viver em condições miseráveis. Os nazistas consideravam o estabelecimento de guetos como uma medida provisória para controlar, isolar e segregar os judeus. A partir de 1942, assim que os alemães decidiram exterminar os judeus, eles passaram a destruir sistematicamente os guetos, deportando os judeus que lá viviam para os campos de extermínio onde foram mortos.
Leia MaisOs ciganos, também conhecidos como Romanis, estavam entre os grupos perseguidos pelo regime nazista por motivos raciais. Os ciganos foram submetidos à internações forçadas, deportações e trabalho escravo, além de serem enviados para os campos de extermínio. As Einsatzgruppen, Unidades Móveis de Extermínio, também assassinaram dezenas de milhares de romanis nas áreas do leste europeu ocupadas pelos alemães. O destino dos ciganos foi o mesmo dos judeus. É difícil determinar o número de ciganos mortos durante o Holocausto. Estima-se que um milhão de ciganos viviam na Europa antes da Guerra, e que entre 200.000 e 500.000 deles foram mortos pelos alemães.
Leia MaisNa terminologia nazista, "eutanásia" referia-se ao extermínio sistemático dos alemães que os nazistas consideravam "sem direito à vida" devido a supostas doenças genéticas e/ou defeitos físicos ou mentais. No outono de 1939, foram criadas instalações para iniciar o processo de eliminação em massa daquelas pessoas utilizando o método de envenenamento por gás. Os prédios para tal ação estavam localizados em Bernburg, Brandenburg, Grafeneck, Hadamar, Hartheim e Sonnenstein. Os pacientes eram selecionados pelos médicos [que deveriam tratá-los] e transferidos das clínicas onde estavam internados para uma daquelas instalações centralizadas de assassinato. Depois que a indignação pública forçou o fim daquelas matanças, os médicos passaram a aplicar injeções letais em pessoas selecionados para "eutanásia" em clínicas e hospitais espalhados por toda a Alemanha. Desta forma, o programa de "eutanásia" continuou a funcionar e a expandir-se até o final da Guerra.
Leia MaisOs primeiros campos de concentração na Alemanha foram estabelecidos logo após a nomeação de Hitler como primeiro ministro, em janeiro de 1933. As Tropas de Choque, conhecidas como as SA, e a polícia alemã criaram vários campos de concentração para prender um grande número de pessoas sob a acusação de que eram inimigos políticos do regime nazista. Aqueles campos foram construídos em vários locais da Alemanha. Gradualmente, a maioria deles foi abandonada e substituída por campos de concentração organizados centralmente sob a jurisdição exclusiva das SS, Schutzstaffel, a guarda de elite do estado nazista. Em 1939, sete grandes campos de concentração já estavam em funcionamento. Além de Dachau, havia Sachsenhausen (1936) ao norte de Berlim, Buchenwald (1937) perto de Weimar, Neuengamme (1938) perto de Hamburgo, Flossenbuerg (1938), Mauthausen (1938) e Ravensbrueck (1939).
Leia MaisA rede ferroviária européia desempenhou uma função crucial na implantação da "Solução Final". Judeus da Alemanha e das áreas da Europa ocupadas pelos nazistas eram deportados por via ferroviária para os campos de extermínio na Polônia, onde eram mortos. Os alemães tentavam ocultar suas intenções, referindo-se às deportações como "recolonização das terras do leste". Diziam às vítimas que elas estavam sendo levadas para campos de trabalho, mas na realidade, de 1942 em diante, para a maioria dos judeus, ser deportado significava ser levado para os centros de extermínio. Deportações naquela escala exigiram a coordenação de diversos ministérios do governo alemão, incluíndo o Serviço Central de Segurança do Reich (RSHA), o Ministério dos Transportes e o Ministério do Exterior. O RSHA coordenava e dirigia as deportações; o Ministério dos Transportes organizava o planejamento dos trens; e o Ministério do Exterior negociava com os Estados aliados da Alemanha a transferência dos seus judeus para os campos.
Leia MaisOs judeus têm vivido na Europa por mais de 2000 anos. Em 1933, o Anuário Judaico Norte-Americano estimava que a população israelita européia era de aproximadamente 9,5 milhões de pessoas. Este número representava mais de 60% da população judáica mundial, estimada em 15.3 milhões. A maioria dos judeus europeus vivia no leste europeu, com cerca de 5,5 milhões vivendo na Polônia e na União Soviética. Antes da tomada do poder pelos nazistas em 1933, a Europa tinha uma cultura judáica dinâmica e altamente desenvolvida. Em pouco mais de uma década, a maior parte da Europa seria conquistada, ocupada ou anexada pela Alemanha nazista, e a maioria daquels judeus europeus, dois em cada três, estaria morta.
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