Os judeus têm vivido na Europa por mais de 2000 anos. Em 1933, o Anuário Judaico Norte-Americano estimava que a população israelita européia era de aproximadamente 9,5 milhões de pessoas. Este número representava mais de 60% da população judáica mundial, estimada em 15.3 milhões. A maioria dos judeus europeus vivia no leste europeu, com cerca de 5,5 milhões vivendo na Polônia e na União Soviética. Antes da tomada do poder pelos nazistas em 1933, a Europa tinha uma cultura judáica dinâmica e altamente desenvolvida. Em pouco mais de uma década, a maior parte da Europa seria conquistada, ocupada ou anexada pela Alemanha nazista, e a maioria daquels judeus europeus, dois em cada três, estaria morta.
Leia MaisCena urbana no bairro judeu de Paris. Antes da Guerra. Paris, França, 1933-1939.
Leia MaisRetrato de Hilde e Gerrit Verdoner no dia de seu casamento juntos com suas quatro damas-de-honra. Elas eram: Jetty Fontijn (primeira à esquerda), Letty Stibbe (segunda a partir da direita), Miepje Slulizer (primeira à direita), e Fanny Schoenfeld (em pé, atrás). Bélgica, entre 1933 e 1937.
Leia MaisRuth Kohn (fileira de cima, segunda a partir da esquerda) e suas colegas de classe em uma escola em Praga. Praga, Tchecoslováquia, 1928.
Leia MaisFamília judia caminhando em uma rua da cidade de Kalisz, Polônia, antes da Segunda Guerra. Foto tirada em 16 de maio de 1935.
Leia MaisVendedores judeus vendem suas mercadorias em um mercado ao ar livre em frente à sinagoga de Stara. Cracóvia, Polônia, 1936.
Leia MaisBerta Rosenheim posa com um grande cone, tradicionalmente cheio de doces e artigos de papelaria, em seu primeiro dia de aula. Leipzig, Alemanha, abril de 1929.
Leia MaisTrês gerações de uma família judia posam para foto [antes da invasão da Polônia pelos nazistas]. Vilna, Polônia. Foto tirada entre 1938-39.
Leia MaisRetrato de um grupo de crianças do jardim de infância da escola Reali Hebrew durante a festa de Purim. Kovno, Lituânia, 5 de março de 1939.
Leia MaisRetrato dos membros do grupo jovens sionistas pioneiros, o Ha-Shomer ha-Tsa'ir Hachshara. Kalisz, Polônia, 1º de maio de 1935.
Leia MaisKalman era o mais velho de dez irmãos, filhos de pais judeus religiosos e muito pobres. Eles moravam em uma pequena aldeia na região centro-sul da Polônia. Seu pai sustentava a família comprando galinhas, ovos e vegetais dos camponeses locais, e os revendendo no mercado de Kolbuszowa, a alguns quilômetros de distância da sua casa. Kalman andava até Kolbuszowa diariamente para frequentar a escola pública na parte da manhã e a religiosa durante a tarde.
1933-39: Em 1933, Kalman foi aceito em um renomado instituto rabínico em Lublin. Quando sobrava tempo, ele estudava inglês em um antigo livro de gramática. O idioma inglês tornou-se sua paixão. Ele pedia às pessoas que o chamassem de "Charlie" ao invés de Kalman. Ele concentrou seus esforços na emigração para os Estados Unidos, e escreveu para Eleanor Roosevelt [esposa do presidente norte-americano] contando sobre seu desejo. Ela lhe enviou uma resposta encorajadora, e Kalman carregava aquela carta com ele como um amuleto de boa sorte.
1940-44: Kalman fugiu com outras 16 pessoas do campo de trabalho forçado de Glogow, onde trabalhavam como escravos na construção de estradas para os alemães. Ele retornou para Kupno onde se escondeu em um celeiro, saíndo toda semana para obter comida com um camponês seu conhecido. Uma noite, ele recebeu a visita de dois amigos judeus que haviam fugido do campo de trabalho forçado de Kolbuszowa e que estavam escondidos na floresta. Kalman decidiu juntar-se aos dois, e passou vários meses escondido na fmata, voltando várias vezes à sua aldeia para obter comida.
Em uma viagem a Kupno, Kalman foi atacado de surpresa por alguns poloneses, seus antigos vizinhos. Um dos seus amigos da floresta o encontrou com um forcado enterrado no peito. Kalman faleceu no dia seguinte.
Forcado = Utensílio agícola, com um cabo de madeira que sustenta duas ou três pontas de ferro muito afiladas].
Leia MaisKornelia era chamada de Nelly pela família e pelas amigas. Ela era a mais velha das duas filhas de um casal judeu que morava em Budapeste, Hungria. Seu pai havia lutado no exército húngaro durante a Primeira Guerra Mundial. Kornelia estudou em escola pública e, mais tarde, trabalhou como escrituraria em uma fábrica de sabão. Em 1928, ela se casou com Miksa Deutsch, um empresário que vendia fósforos.
1933-39: O marido de Kornelia era religioso e os três filhos do casal frequentavam escolas judaicas. Na Hungria, Miksa e seu irmão eram os únicos distribuidores de fósforos fabricados na Suécia, e os negócios prosperavam. Em maio de 1939, o governo húngaro começou a limitar o número de judeus que podiam ser empregados por uma empresa, obrigando os Deutsche a despedirem alguns de seus funcionários.
1940-44: Em 1940, Miksa foi recrutado para prestar serviços ao exército húngaro. Mais tarde, ele foi forçado a entregar o controle dos negócios da família a um irmão do primeiro-ministro da Hungria. Depois que os alemães ocuparam Budapeste, em março de 1944, os judeus foram obrigados a mudar para casas especiais, marcadas com Estrelas de Davi. Em outubro de 1944, os fascistas húngaros começaram a caçar os judeus em suas casas. Através da embaixada da Suíça, Kornelia recebeu uma oferta de trabalho em um orfanato mas, em 15 de novembro, antes sequer de haver aceito o emprego, ela foi presa.
Kornelia escapou da detenção, mas foi recapturada e deportada para o campo de concentração de Ravensbrueck, na Alemanha, onde morreu. Seus três filhos sobreviveram à Guerra.
Leia MaisBenjamin, chamado de "Benno" por sua família e amigos, cresceu em um lar judeu religioso em Amsterdã. O pai de Benno, um bem-sucedido comerciante de diamantes, era presidente da comunidade judaica de Amsterdã. Benno tinha duas irmãs mais novas e gostava de colecionar selos.
1933-39: Depois de acumular alguma experiência de trabalho em uma loja de departamentos, Benno juntou-se ao seu pai no negócio de diamantes. Benno seguia rigorosamente as leis judaicas. Ele adorava jogar tênis e esquiar e, em 1938, enquanto esquiava na Suíça, conheceu uma moça por quem se apaixonou. Em 1939, sentindo que as condições na Europa estavam piorando para os judeus, a família de sua namorada deixou a Holanda e foi para os Estados Unidos.
1940-41: A namorada de Benno voltou para a Holanda e eles se casaram em outubro de 1940. Os recém-casados acolheram um refugiado judeu que estava estudando para trabalhar com agricultura na área do Mandato Britânico, denominada Palestina pelos antigos romanos. Em 11 de junho de 1941, a Gestapo bateu à porta de Benno procurando pelo inquilino refugiado; em retaliação ao assassinato de um alemão, os nazistas estavam procurando judeus estrangeiros. Quando Benno atendeu à porta, o nazista perguntou se ele era judeu também. Benno disse que era e o nazista disse: "Então você também vem comigo".
Benno foi deportado para o campo de trabalho escravo de Schoorl, na Holanda, e depois para o campo de concentração de Mauthausen na Áustria, onde morreu aos 22 anos de idade.
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