Idzia era a mais velha das duas filhas de um casal israelita que vivia a 56 quilômetros de Varsóvia, no pequeno município de Kaluszyn, de população predominantemente judaica. O pai de Idzia era dono de uma loja de bebidas e sua mãe era dona de casa. Idzia era muito amiga de um grupo de adolescentes judeus que estudavam na mesma escola pública, e eles passavam grande parte do seu tempo livre e das férias juntos.
1933-39: Normalmente, eu saio com meus amigos nas noites agradáveis de verão. Gostamos de caminhar pela rua principal e ir às confeitarias. Às vezes, a gente vai para o prédio da escola, que fica aberto durante a noite para atividades recreativas, e jogamos dominó ou damas. Mas agora, todo mundo está com medo de que a guerra estoure e, por isto, estamos ficando mais em casa. Todos os dias, ouvimos mais e mais notícias sobre lutas na fronteira entre as forças polonesas e alemãs.
1940-42: Os alemães ocuparam Kaluszyn. Sob ordens alemãs, o prefeito da cidade compôs um Conselho Judaico, do qual fazem parte meu pai e o pai do meu amigo Majlich. Eles, por sua vez, escolheram Majlich, eu e outros jovens para trabalhar no comitê judaico de saneamento. Uma das minhas funções é levar as mulheres até o único banheiro para judeus que restou na cidade, para que possam tomar banho. Já vimos diversos casos de tifo contraídos através de piolhos, e estamos tentando conter a disseminação desta doença mortal.
Em setembro de 1942, os pais de Idzia e outros 3.000 judeus foram deportados para um campo de extermínio. Em dezembro daquele mesmo ano, Idzia, também foi deportada para o mesmo campo, onde morreu aos 22 anos de idade.
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