Catharina Soep

Catharina, ou "Ina" como era chamada pelas amigas e familiares, cresceu em um lar judaico observante em Amsterdã. O pai de Ina, um bem-sucedido comerciante de diamantes, era presidente da comunidade judaica de Amsterdã. Ina tinha um irmão, Benno, e uma irmã, Josette.

1933-39: Nos domingos de manhã e nas quartas-feiras, depois da aula na escola Montessori de Amsterdã, eu frequentava uma escola judaica particular onde estudava história do povo judeu e hebraico. Eu e minhas amigas adorávamos nos encontrar à tarde, depois de fazer a lição de casa, para tocarmos discos e conversar. Depois, quando voltávamos para casa, ligávamos umas para as outras como se estivéssemos separadas há meses, ou escrevíamos cartas para entregar na escola na manhã seguinte.

1940-44: Os alemães invadiram a Holanda em maio de 1940. Algumas semanas depois, concluí o ensino médio. Minha família foi presa em 1943. Fomos levados para o campo de Westerbork, na Holanda, e, oito meses depois, para o campo de concentração de Bergen-Belsen. Em 1944, os nazistas decidiram montar uma fábrica de diamantes naquele campo, usando os contatos dos judeus que conheciam o negócio. Como meu pai trabalhava com diamantes, nós não fomos enviados para os campos de extermínio e permanecemos juntos como família. Quando a derrota da Alemanha ficou evidente, o plano dos diamantes foi abandonado.

Com o avanço dos soviéticos, Ina e outros prisioneiros foram colocados em trens com destino ao oeste. No dia 13 de abril de 1945, ela foi libertada no trajeto por tropas norte-americanas. Ina emigrou para os Estados Unidos em 1951.