Os Estados Unidos e o Holocausto
Embora os norte-americanos tivessem acesso confiável a informações sobre a perseguição do regime nazista contra os judeus, em tempo real, enquanto ela se desenrolava, ainda assim não podiam acreditar que tal campanha de assassinato em massa fosse possível. Apesar da maioria dos americanos sentir simpatia pela situação dos judeus europeus, a assistência aos refugiados e resgate das vítimas do nazismo nunca se tornou uma prioridade nacional.
A devastação econômica criada nos Estados Unidos pela Grande Depressão, combinada com o compromisso com a neutralidade na política internacional e os preconceitos profundamente enraizados contra imigrantes, limitaram a disposição dos EUA em receber refugiados. Nem a administração do Presidente Franklin D. Roosevelt, nem o Congresso norte-americano, ajudaram a melhorar o complicado e burocrático processo de imigração para auxiliar as centenas de milhares de refugiados que tentavam fugir da Europa. Pelo contrário, o Departamento de Estado dos EUA implementou medidas ainda mais restritivas durante aquele período, tornando ainda mais difícil aos imigrantes entrarem nos EUA. No entanto, embora os EUA tenham emitido muito menos vistos de imigração do que poderiam ter emitido naquele tempo, ainda assim, o país admitiu mais refugiados do nazismo do que qualquer outra nação do planeta.
Em setembro de 1939, quando se iniciou a Segunda Guerra Mundial, a maioria dos norte-americanos esperava que os EUA se mantivessem neutros. Durante os dois anos seguintes, em meio a debates permanentes entre aqueles que queriam que os EUA se mantivessem fora da guerra, e que se focalizassem apenas na defesa do Hemisfério Ocidental (os isolacionistas) e aqueles que favoreciam uma assistência proativa à Grã-Bretanha, mesmo que isto significasse entrar na guerra (os intervencionistas), lentamente os EUA começaram a demonstrar uma posição de apoio aos poderes Aliados. O ataque japonês a Pearl Buck, no dia 7 de dezembro de 1941, encerrou tal debate. Os EUA imediatamente declararam guerra ao Japão, e a Alemanha (aliada do Japão) em seguida respondeu declarando guerra aos Estados Unidos.
Os Estados Unidos uniram-se à luta dos Aliados contra os países do Eixo (i.e. Alemanha, Itália e Japão), na Segunda Guerra Mundial, com o objetivo de defender a democracia, e não o de salvar as vítimas judias do regime nazista. Em janeiro de 1944, o governo dos EUA criou uma Comissão para Refugiados da Guerra, encarregando-a de tentar resgatar e prover assistência aos judeus e outros grupos minoritários que estavam sendo dizimados pelos nazistas. Durante o último ano da Guerra, as iniciativas dos EUA efetivaram salvar dezenas de milhares de vidas. Na primavera de 1945, as Forças Aliadas, contando agora com a colaboração de milhões de soldados norte-americanos, derrotaram a Alemanha nazista e seus colaboradores do Eixo, terminando assim o processo do Holocausto.