Chart with the title: "Die Nürnberger Gesetze." [Nuremberg Race Laws].

"Arianização"

"Arianização" (em alemão, Arisierung) referia-se à transferência de propriedades pertencentes a judeus para não-judeus na Alemanha nazista nos anos de 1933 a 1945. Seu objetivo foi o de transferir empresas pertencentes a judeus para proprietários "arianos", ou seja, não-judeus.

O processo de "arianização" teve duas fases distintas:  

  • De 1933 até o verão europeu de 1938: "Arianização Voluntária"; e
  • Do outono europeu de 1938 até o colapso do regime nazista em 1945: "Arianização Forçada"

"Arianização Voluntária"

An SA member instructs others where to post anti-Jewish boycott signs on a commercial street in Germany.

Em uma rua comercial na Alemanha, um membro das SA instrui aos colegas sobre onde colar os cartazes de boicote ao comércio judeu, acabando com a fonte de sustento de seus donos e empregados. Um cidadão alemão, vestindo uma braçadeira nazista, ajuda as SA segurando um pacote daqueles pôsteres, enquanto os SA os colam na vitrine de uma loja de propriedade de judeus. A maioria dos cartazes diz: "Alemães, defendam-se da propaganda de atrocidades [contra os] judeus, comprem somente em lojas alemãs". Alemanha. Foto tirada em torno do dia 1° de abril de 1933.

Créditos:
  • National Archives and Records Administration, College Park, MD

Na fase de "Arianização Voluntária", o Estado nazista alemão encorajou os empresários judeus, que já enfrentavam discriminação econômica e social, a venderem seus negócios na Alemanha a preços radicalmente reduzidos.

No início de 1933, havia cerca de 100.000 empresas de propriedade de judeus na Alemanha. Cerca de metade delas era composta por pequenas lojas de vendas a varejo, principalmente de roupas ou calçados; as demais eram fábricas, fabriquetas, oficinas de vários tamanhos ou escritórios profissionais de advogados, médicos e outros profissionais independentes.

Em 1938, a combinação do terror nazista, de sua propaganda, das campanhas de boicote e da legislação antissemita era tão eficaz que cerca de dois terços dessas empresas de proprietários judeus haviam falido ou haviam sido vendidas a não-judeus. Os proprietários judeus, muitas vezes desesperados para emigrar ou vender um negócio já falido, aceitavam vender suas propriedades por apenas 20 ou 30% do valor real de cada uma delas.

"Arianização Forçada"

Imediatamente após os violentos pogroms ocorridos em toda a Alemanha, durante a noite de 9 a 10 de novembro de 1938 (Kristallnacht), a "Arianização" entrou em sua segunda fase: a de transferência forçada de todas as empresas de propriedade de judeus para não-judeus.

"Aryanization" of Jewish-owned businesses: a formerly Jewish-owned store (Gummi Weil) expropriated and transferred to non-Jewish ...

"Arianização" de negócios de propriedade judia: uma loja anteriormente de propriedade judia (Gummi Weil) expropriada e transferida para posse não-judia (Stamm e Bassermann). Frankfurt, Alemanha, 1938.

Créditos:
  • Bildarchiv Preussischer Kulturbesitz

Após os pogroms de novembro, o Estado nazista alemão emitiu novas regulamentações que proibiram aos judeus que participassem da grande maioria das atividades econômicas do país. O regime atribuiu a cada empresa de propriedade judaica remanescente um administrador não-judeu para supervisionar sua venda forçada imediata a não-judeus. A taxa do administrador por tal serviço era frequentemente apenas um pouco menor do que o preço de venda e era paga pelos antigos proprietários judeus. Parte dos lucros da venda também era enviada para o Escritório do Plano Quadrienal, liderado por Hermann Göring, que já estava preparando a economia alemã para a guerra.  

Os fundos necessários para iniciar a produção de armamentos em larga escala foram levantados em parte pelo confisco de bens e objetos de valor da população judaica. Os judeus alemães que desejavam emigrar foram forçados a perder grande parte de seus bens e propriedades, e o governo do Reich também cobrava um "imposto de voo" exorbitante para autorizar os judeus a deixarem a Alemanha.

Além disso, após o pogrom da Kristallnacht, Göring impôs uma multa de um bilhão de marcos alemães (RM) à população judaica na Alemanha. A multa era um imposto pessoal direto sobre todos os contribuintes judeus que tinham ativos acima de 5.000 RM. O Estado também confiscou todos os pagamentos de seguro que deveriam ter sido pagos aos proprietários judeus, que foram também responsabilizados pelos reparos das propriedades destruídas após o pogrom. Após o pagamento dessas multas e impostos extras, os fundos restantes eram pagos em contas bloqueadas em bancos alemães. O Estado alemão nazista supervisionava estritamente tais contas, e os correntistas apenas podiam sacar uma quantia mensal fixa, equivalente ao mínimo necessário para suas despesas de subsistência. 

Durante a Guerra, o Estado alemão nazista confiscou o dinheiro restante dessas contas bloqueadas. Bens pessoais, propriedades individuais e outros bens de judeus que foram deportados para o leste da Europa, como parte da "Solução Final", foram confiscados e leiloados, ou simplesmente distribuídos às vítimas “arianas” que perderam suas propriedades durante o bombardeio dos países Aliados contra as cidades alemãs.

Impacto

Não há números precisos disponíveis sobre o valor total dos bens e propriedades roubadas dos judeus pela Alemanha nazista mas é claro que os judeus que conseguiram emigrar da Alemanha só foram capazes de levar consigo uma pequena fração de seus bens. Os que foram deportados durante a Guerra perderam tudo; muitos também perderam a própria vida.

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