Selma era a mais nova dos quatro filhos da família Wijnberg e a única menina. Quando tinha 7 anos sua família saiu de Groningen para começar um negócio na cidade de Zwolle, na Holanda. Lá, seus pais eram donos de um pequeno hotel, popular entre os empresários judeus que viajam pela região. Toda sexta-feira havia uma feira de gado local, e muitos dos comerciantes iam até o hotel dos Wijnberg para tomar café e fechar negócios.
1933-39: Em casa nós mantíhamos as tradições judaicas, pois minha mãe era muito religiosa. Nosso hotel seguia as leis alimentares judaicas [Kosher]. No final das preces noturnas de sexta-feira, nós nos reuníamos ao redor da mesa e cantávamos músicas em hebraico. Também íamos à sinagoga todo sábado de manhã e voltávamos para casa para desfrutar de uma farta refeição. Eu era bastante engajada nas atividades sionistas e, todos os verões, participava dos acampamentos sionistas.
1940-44: Os alemães invadiram a Holanda em maio de 1940. Em 1943, fui deportada para o campo de extermínio de Sobibor, onde fui uma das poucas pessoas mantidas vivas para trabalhar [como escrava]. No final do meu primeiro dia em Sobibor nos reunimos para a contagem na área aberta do Campo 1. Havia fogo saindo do Campo 3, o cheiro de carne queimando era insuportável. Alguém me perguntou: "Você sabe o que é esse fogo?" Eu sacudi a cabeça mostrando que não. Ele entào explicou que era a pira funerária das pessoas que haviam sido transportadas conosco, [elas estavam sendo queimas vivas pelos nazistas]. Os alemães então, enquanto nossos amigos, familiares e vizinhos ardiam em chamas, mandaram todos nós dançarmos em casais, enquanto um dos prisioneiros era obrigado a tocar o violino.
Até onde seja do seu conhecimento, Selma foi a única prisioneira nascida na Holanda a sobreviver ao campo de extermínio de Sobibor. Após a Guerra ela se casou. Em 1957, ela e seu marido mudaram-se para os Estados Unidos.
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