Robert Patton, de Chapel Hill, Carolina do Norte, fazia parte da 65ª Divisão de Infantaria do exército norte-americano.
Já bem no final da Guerra, a 65ª Divisão [de Infantaria] estava envolvida com a liberação do campo de concentração de Mauthausen. Nós estávamos, na verdade, ligados à 11ª Divisão Blindada no momento da libertação, e eu tive o privilégio de pude examinar o campo exaustivamente porque estava em Mauthausen no dia seguinte à libertação, e também porque naquele exato momento não havia havia muitos outros soldados americanos lá. Nós tivemos muita "sorte" e pudemos andar pelo campo, guiados por um prisioneiro que podia falar um pouco de inglês. Eu vi tudo, me lembro dos mínimos detalhes: as fornalhas de cremação, a câmara de gás, a estrutura do campo, as pessoas vivas e as pessoas mortas. [Em 2000] eu voltei lá e fiquei impressionado comigo mesmo por conseguir lembrar de cada pequeno detalhe, pois no passado, nós só pudemos estar ali por umas duas ou três horas. O motorista do jipe até teve que permanecer no carro porque tínhamos medo de que alguém o confiscasse antes que pudéssemos sair do campo. O que me impressionou quando eu estava percorrendo o local com uma guia, em 2000, foi que o lugar estava bonito, uma área aberta e coberta por grama. Eu disse à guia: "Eu não entendo. Esta é uma área de 4 km2 toda coberta de grama. Eu não entendo, não há nada, nenhum sinal [do passado] aqui". Ela respondeu: "Porque está falando isto?", e eu respondi: "Bem, quando estive aqui [durante a Guerra], existiam duas valas aqui mesmo, e dentro delas havia uma imensa quantidade de corpos jogados, um ao lado do outro, por toda a extensão desta área, e elas estavam abertas [com os corpos dos judeus em decomposição, à mostra, sem serem sepulatdos], ainda não tinham sido cobertas". Eu repeti que não entendia porque não havia nenhum sinal [do que havia acontecido ali], e perguntei se ainda haviam corpos enterrados naquele local, e ela respondeu que sim. Eu perguntei se ela sabia quantas pessoas estavam enterradas ali, e ela respondeu: "Estimamos que 10.000 pessoas estejam enterradas sob nesta área de 4 km2."
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