Hansi, como era chamado pela família e pelos amigos, era o terceiro dos seis filhos de um casal de ciganos de religião católica apostólica romana. A família Stojka viajava em sua carroça junto a uma caravana que passava os invernos em Viena, capital da Áustria, e os verões na área rural austríaca. Os Stojkas eram parte de uma tribo cigana denominada Lowara Roma, a qual vivia do comércio itinerante de cavalos.
1933-39: Eu cresci acostumado com liberdade, viagem e trabalho duro. No inverno, em março de 1938, quando a Alemanha anexou a Áustria, eu tinha apenas 9 anos, e nossa carroça estava estacionada em um acampamento em Viena, . Os alemães nos ordenaram permanecer ali. Meus pais tiveram que converter nossa carroça em uma casa de madeira, e meu pai e minha irmã mais velha começaram a trabalhar em uma fábrica. Comecei a frequentar a escola, e nossa família teve de se adaptar a viver no mesmo local ao longo de todo o ano.
1940-44: Em 1943, minha família já tinha sido deportada para um campo nazista destinado aos ciganos, em Birkenau. Um dia, minha mãe me levou à enfermaria porque eu estava com uma infecção sanguínea. Ela estava apavorada, pois tinha ouvido falar que os presos saiam de lá "pelas chaminés" [i.e. queimados]. Mas, no dia seguinte, eu voltei e contei a ela um sonho que tive: "Uma linda mulher de branco me cercou com carinho e me curou”. Minha mãe olhou para o céu, depois para o crematório, de cujas chaminés saia fumaça, e rezou para agradecer. A enfermaria era um lugar de morte, não de cura.
Posteriormente, Hansi foi deportado para efetuar trabalhos escravos nos campos de concentração de Buchenwald e Flossenbürg. Ele foi libertado perto de Roetz, no dia 24 de abril de 1945. Após o final da Guerra, ele retornou a Viena.
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