Abraham Bergman

Abraham nasceu no seio de uma família judia em Krasnik, cidade situada no distrito polonês de Lublin. Aquela área urbana possuía uma grande população judaica. O pai de Abraham era alfaiate. Quando Abraham tinha apenas dois anos de idade sua mãe faleceu, e ele então foi criado por sua avó. Aos sete anos Abraham ingressou em uma escola pública.

1933-39: “Eu gostava da escola, mas era muito difícil. Frequentemente as crianças cristãs gritavam para nós judeus: "Vocês mataram nosso Deus." Houve um ano em que, na véspera do Natal, algumas delas levaram escondidas cordas amarradas a pesos de ferro. Elas aguardaram até o fim da aula para que o professor não ficasse sabendo, e então espancaram os meninos e meninas judeus. Muitos de nós voltamos para casa cobertos de sangue. Em 1938 conclui meus estudos na escola pública. Os invasores alemães chegaram a Krasnik em setembro de 1939.

1940-45: “Em 1942, fui deportado para os campos de Budzyn, Majdanek e Auschwitz, na Polônia, e posteriormente para os campos de Oranienburg e Flossenbürg, na Alemanha. Na primavera de 1945, eu fui uma das 500 pessoas levadas [para executar trabalho escravo] em uma fazenda na Bavária. Um dia, apenas três guardas das SS policiavam trinta de nós, prisioneiros. Quando um dos guardas foi até a cozinha e um outro levou alguns homens para buscar comida, aproveitei a oportunidade e joguei-me contra a porteira da fazenda, embrenhado-me pela mata. Ao som dos disparos de tiros, joguei-me ao chão. Dois outros fugitivos tombaram ao meu lado. Chegamos ao vilarejo de Gern no mesmo momento em que apareceram dois tanques norte-americanos”.

Após a Guerra, Abraham ainda morou na Bavária por três anos. Em 1949 ele imigrou para o Canadá, e em 1959 mudou-se para os Estados Unidos.