Chaim Frenkiel

Chaim era o terceiro dos sete filhos nascidos da união de um casal de judeus religiosos. A família vivia em uma cidade próxima a Varsóvia, de nome Gabin, onde o pai de Chaim trabalhava como fabricante de quepes. Gabin abrigava uma das mais antigas sinagogas polonesas, toda construída com madeira em 1710. Assim como a maioria dos judeus de Gabin, a família de Chaim morava perto da sinagoga. A família de nove pessoas ocupava um apartamento de um único comodo no último andar de um prédio de três andares.

1933-39: Em setembro de 1939, dois meses antes de eu completar 12 anos, os alemães invadiram a Polônia. Em Gabin, dez pessoas foram mortas a tiros na rua; médicos e professores foram levados de lá. Um vizinho que protestou com veemência contra a Alemanha foi preso. Algumas semanas depois, a família recebeu uma urna de cinzas contendo seus restos mortais. A partir de então, os alemães aumentaram o terror contra os judeus; até banhar a sinagoga e as casas ao redor com gasolina e atear fogo.

1940-45: Quando eu tinha 14 anos, fui levado para diversos campos de trabalho escravo com meus irmãos Shmuel e Jakob. A comida era pouquíssima, então nós "arranjávamos" alimentos sempre que possível. Ao trabalhar fora dos campos, pedíamos nas casas ou procurávamos sobras nas latas de lixo. Shmuel esgueirava-se por baixo da cerca do campo à noite para apanhar repolho nos campos. Certa vez, cinco meninos foram enforcados por "arranjar" comida, mas aquilo não nos deteve. O desejo de Jakob e o meu era apenas um: sobreviver à Guerra, conseguir um pedaço de pão, sentar à mesa e comer até nos saciarmos.

Em 1943, Chaim foi transferido para Auschwitz onde permaneceu por 17 meses. Após uma marcha forçada para a Alemanha, Chaim foi liberto em abril de 1945. Ele emigrou para os Estados Unidos em 1949.