A group of young German boys view "Der Stuermer," "Die Woche," and other propaganda posters that are posted on a fence in Berlin, Germany, 1937.

A Propaganda Nazista

Os nazistas usaram a propaganda de forma efetiva para ganhar o apoio de milhões de alemães, inicialmente em uma democracia e, posteriormente, em uma ditadura, e assim facilitando a perseguição, a guerra e, por fim, o genocídio. Os estereótipos e as imagens básicas presentes na propaganda nazista não eram novos, pois já eram bastante conhecidos pelo público-alvo.

Fatos-Chave

  • 1

    Os nazistas eram habilidosos propagandistas que utilizavam técnicas de publicidade sofisticadas e a tecnologia mais avançada disponível naquela época para divulgar suas mensagens.

  • 2

    Ao chegar ao poder, Adolf Hitler criou um Ministério de Esclarecimento Público e Propaganda para moldar a opinião pública e o comportamento da população alemã.

  • 3

    A propaganda nazista teve um papel crucial no avanço da perseguição e, por fim, na destruição dos judeus da Europa. Ela incitou o ódio e fomentou um clima de indiferença ao destino dos israelitas e outras vítimas do regime.

Em 1924, Adolf Hitler escreveu que o objetivo da propaganda

não é o de fazer um estudo objetivo da verdade, na medida em que ela favoreça ao inimigo, e então apresentá-la às massas com imparcialidade acadêmica; sua tarefa é a de servir a nossa causa, sempre e sem hesitação. 

Divulgação da Mensagem Nazista

Nazi propaganda often portrayed Jews as engaged in a conspiracy to provoke war.

A propaganda política nazista frequentemente retratava os judeus como participantes de uma conspiração para incitação à guerra. Aqui, mostra-se um judeu estereotipado conspirando nos bastidores para controlar as potências aliadas, representadas pelas bandeiras do Reino Unido, dos Estados Unidos e da União Soviética. A legenda diz: “Por trás dos poderes inimigos: o judeu.” Data, por volta de 1942.

Créditos:
  • US Holocaust Memorial Museum, courtesy of Helmut Eschwege

Após a chegada do nazismo ao poder em 1933, Hitler estabeleceu o Ministério do Reich para Esclarecimento Popular e Propaganda, encabeçado por Joseph Goebbels. O objetivo do Ministério era garantir que a mensagem nazista fosse transmitida com sucesso através da arte, da música, do teatro, dos filmes, dos livros, do rádio, dos materiais escolares e também da imprensa.

Havia públicos variados para as propagandas nazistas, e os alemães eram constantemente lembrados da luta contra os inimigos estrangeiros e uma pretensa subversão judaica. Durante os períodos que antecediam a promulgação de medidas executivas e leis contra os judeus, as campanhas de propaganda criavam uma atmosfera tolerante a atos de violência contra os israelitas, particularmente em 1935 (antes da promulgação em setembro, das Leis Raciais de Nuremberg), e em 1938, (antes das várias leis de cunho econômico antissemita que se seguiram à Kristallnacht). A propaganda também incentivava a passividade e a aceitação de medidas iminentes contra os judeus, já que elas descreviam o governo nazista como se apenas tivesse interferindo no caos e "restabelecendo a ordem".

A perseguição real e imaginária contra os alemães em países do leste europeu, os quais haviam conseguido território devido ao desmembramento de parte da Alemanha após a Primeira Guerra Mundial, como a Tchecoslováquia e a Polônia, era também objetivo da propaganda nazista. Estas propagandas procuravam gerar uma lealdade política e uma pretensa consciência racial entre as populações de origem étnica alemã que viviam naqueles países. Elas também procuravam iludir governos estrangeiros, incluindo as grandes potências europeias, sugerindo que a Alemanha Nazista fazia exigências justas e razoáveis devido às concessões e anexações do seu antigo espaço territorial.

Após a invasão alemã à União Soviética, a propaganda nazista passou a enfatizar, tanto aos civis em suas moradias quanto aos soldados, policiais e auxiliares não-alemães que serviam nos territórios ocupados, temas que ligavam o comunismo soviético ao judaísmo europeu, apresentando a Alemanha como a defensora da cultura “Ocidental” contra a “ameaça judaica-bolchevique”, além de pintar um quadro apocalíptico do que aconteceria caso os soviéticos vencessem a Guerra. Foi isto o que aconteceu, particularmente após a catastrófica derrota alemã em Stalingrado, em fevereiro de 1943. Estes temas podem ter sido instrumentais no convencimento de alemães nazistas e até mesmo não-nazistas, assim como de seus colaboradores locais, a lutarem até o último momento.

O Papel do Cinema

Os filmes, em particular, tiveram um papel importante na disseminação do antissemitismo de cunho racial, da crença na superioridade do poderio militar alemão e da essência maldosa dos seus inimigos, tal como apresentado pela ideologia nazista. Estes filmes retratavam os judeus como seres "sub-humanos" que se infiltraram na sociedade alemã, que seria de uma suposta origem ariana. Por exemplo, “O Judeu Eterno” (1940), filme dirigido por Fritz Hippler, retratava os israelitas como parasitas culturais perambulantes, consumidos pelo desejo por sexo e por dinheiro. Alguns filmes, como “O Triunfo da Vontade” (1935), de Leni Riefenstahl, exaltava Hitler e o Movimento Nacional Socialista. Duas outras obras de Leni, “O Festival das Nações” e a “Festa da Beleza” (1938), mostravam os Jogos Olímpicos de Berlim de 1936 e promoviam o orgulho nacional pelo sucesso dos atletas do regime nazista nos Jogos.

O Papel dos Jornais

Jornais alemães, principalmente o “Der Stürmer” (O Tufão ou O Atacante), publicaram desenhos que utilizavam caricaturas antissemitas para descrever os judeus. Após os alemães deflagrarem a Segunda Guerra Mundial, com a invasão da Polônia em setembro de 1939, o regime nazista utilizou sua máquina de propaganda para causar a impressão de que os israelitas não só eram sub-humanos, mas que também eram perigosos inimigos do Reich alemão. O regime procurava obter apoio, ou pelo menos aceitação, para suas políticas destinadas a remover permanentemente os judeus das áreas de assentamento alemão.

A German couple reads an outdoor display of the antisemitic newspaper "Der Stuermer" ("The Attacker").

Um casal alemão lê um cartaz do jornal antissemita Der Stürmer (“O Atacante"). Alemanha, 1935.

Créditos:
  • Nederlands Instituut voor Oorlogsdocumentatie

Encobrimento das Atrocidades e Assassinatos em Massa Cometidos pelos Nazistas

Durante a implementação da chamada Solução Final, ou seja, o assassinato em massa dos judeus, as autoridades das SS nos campos de morticínio forçavam as vítimas do Holocausto a manterem uma simulação necessária para deportá-los da Alemanha e dos países ocupados na Europa da forma mais natural possível. As autoridades dos campos de concentração e dos campos de extermínio forçavam os prisioneiros, dentre os quais muitos seriam em seguida assassinados nas câmaras de gás, a enviarem cartões postais para suas famílias dizendo que estavam sendo bem tratados e que viviam sob ótimas condições. Nestes casos, as autoridades dos campos usavam a propaganda para acobertar suas atrocidades e o processo de extermínio em massa da população israelita.

Em junho de 1944, a Polícia de Segurança alemã permitiu que uma equipe da Cruz Vermelha Internacional inspecionasse o campo-gueto de Theresienstadt, localizado no Protetorado da Boêmia e Morávia (hoje, República Tcheca). As SS e a polícia estabeleceram Theresienstadt, em novembro de 1941, como um instrumento de propaganda para consumo doméstico no Reich alemão. O campo-gueto era usado como uma explicação para os alemães que estavam intrigados com a deportação de judeus alemães e austríacos idosos, veteranos da Primeira Guerra Mundial, incapacitados ou artistas e músicos locais famosos para "trabalharem no Leste". Na preparação para a visita de 1944, o gueto passou por um processo de "embelezamento". Depois da inspeção pela Cruz Vermelha, as autoridades das SS no Protetorado produziram um filme utilizando imagens dos prisioneiros daquele gueto de forma harmoniosa para demonstrar o tratamento benevolente que os "moradores" judeus de Theresienstadt recebiam. Quando o filme foi finalizado, as autoridades das SS deportaram a maioria do "elenco" para o campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau.

Mobilização da População

O regime nazista utilizou de forma efetiva a propaganda para mobilizar a população alemã de forma a apoiar sua guerra de conquistas até o final do regime. A propaganda era, da mesma forma, essencial para motivar aqueles que realizavam os atos de extermínios em massa dos judeus europeus e de outras vítimas do regime nazista. Ela também serviu para garantir a aceitação de milhões de outras pessoas, como espectadores, à perseguição racial e ao assassinato em massa.

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